domingo, 5 de setembro de 2010

Claquete entrevista



Renato Gonzales Wetten Marafon é cinéfilo desde criançinha. Até aí tudo bem. Acontece que ele também é responsável por um dos grandes sites de cinema do país desde criançinha. Esse aspecto curioso e improvável é tomado por Renato e por quem quer que lhe ouça falar sobre o Cinepop, como uma demonstração eloquente e visceral de seu amor pelo cinema. Nessa entrevista exclusiva que ele concede à Claquete, o “veterano” de 24 anos fala sobre as raízes do projeto Cinepop e de suas prioridades como editor de um dos mais conhecidos sites de cinema da internet brasileira. De quebra, palpita sobre um dos principais lançamentos nacionais do ano.



1 – Como surgiu a ideia do Cinepop?
O site surgiu como um hobby divertido, sem qualquer investimento ou verba, apenas muita vontade de construir um material informativo e repassar o amor pelo cinema que sentia. Mas após pouco tempo, o reconhecimento acabou surgindo, e o site começou a passar de hobby para empresa. Comecei com apenas 11 anos. A ideia de montar um site de cinema nasceu de um sonho que eu tinha de me tornar, um dia, um roteirista. Com apenas 12 anos, eu já havia acumulado dois roteiros para adaptar para os cinemas. O sonho de entrar para a indústria cinematográfica acabou não dando certo, afinal, quem iria levar à frente o projeto de uma "criança"? Ninguém. Mas, de um sonho surgiu um novo, e por maiores as dificuldades, consegui montar um site sólido, confiável, que acabou se tornando um dos maiores e mais respeitados sites do Brasil. Após dois anos que o site estava no ar, novas oportunidades surgiram: parceria com portais, uma equipe trabalhando nas informações e estruturas do site, distribuidoras se aliando ao projeto, personalidades elogiando nosso serviço. Hoje o site é composto por seis profissionais da área, que colaboram com as informações e críticas, deixando-o democratizado e tornando os internautas nossa fonte de entusiasmo e suprindo necessidades.



2 – Quando o site surgiu, o conteúdo de cinema ainda não estava tão disseminado e com tão fácil acesso como hoje. No entanto, o Cinepop sempre se pautou por notícias “quentes” e em primeira mão. Como você chegou a essa diretriz? Foi algo pensado ou foi saindo naturalmente?
Quando o site surgiu, a internet ainda estava em seu início. Existiam apenas dois sites de cinema, e nenhum blog. Além de informar nossos usuários sobre todas as notícias, sempre procuramos fontes para conseguir notícias exclusivas e em primeira mão, para que nossos usuários pudessem desfrutar destas informações antes de quaisquer outros na internet. Hoje, procuramos cada vez mais conseguir notícias em primeira mão. É um prazer saber que nosso site é pioneiro no mundo cinematográfico.

Logotipo do site que Renato criou aos 12 anos: um dos mais conhecidos por cinéfilos brasileiros...



3 – O Cinepop tem o foco em notícias rápidas. Há, também, uma preocupação em privilegiar, como entrega o nome, um cinema mais popular. Isso é uma orientação editorial, um mecanismo para atrair leitores ocasionais ou uma contingência orçamentária?
Nenhum deles. Quando surgiu, o site enfocava as produções mais populares e comerciais, pois o acesso às notícias sobre os filmes menos comerciais era bastante difícil. Sem contar que filmes com apelo mais cultural sequer eram lançados nos cinemas nacionais. Hoje, isso é bastante diferente, e o acesso às informações sobre esses filmes é bem mais fácil. Além disso, nos 11 anos de carreira do site, já entendemos o que irá interessar nossos internautas. Então procuramos o máximo de informações possíveis que sabemos que irá agradá-los. Existe até uma relação tênue entre a equipe e os internautas, já que lemos todos os e-mails e buscamos colocar as informações que nos são questionadas.



4- É possível listar o Cinepop como um dos 4 sites de cinema referenciais do país. Não é pouca coisa. A que você atribui essa condição?
É tão gratificante saber que estamos entre os melhores. O Cinepop, em nossa visão, já deixou de ser apenas um site, e se tornou um "filho". E queremos sempre trabalhar para o melhor. Acredito que a dedicação e o amor que temos por ele seja a chave deste sucesso.



5- Quando você se descobriu apaixonado por cinema?
Desde criança. Durante cinco anos, assistia em média quatro filmes por dia. Quando percebi que a locadora não tinha mais títulos para eu assistir, pois havia visto quase todos, decidi começar a escrever sobre eles.


6 – Qual o gênero de filme que você mais gosta? Por quê?
Sou um fã inveterado de filmes de terror. Nos anos 80 e 90, estas produções eram muito bem produzidas e executadas. Mas hoje sei apreciar todos os gêneros. Sou apaixonado por filmes, independente do gênero.


Um dos clássicos de terror dos anos 90, Pânico, é dirigido por Wes Craven - um dos diretores preferidos do editor do Cinepop


7 – Quais são seus diretores preferidos?
Tim Burton, Chris Nolan, Zack Snyder, Quentin Tarantino, Wes Craven, Michael Bay, Pedro Almodóvar, Sean Penn e Fernando Meirelles. Todos eles possuem um estilo único de direção.

8 – Você acha que o Brasil está mais próximo do Oscar? Por quê?
Infelizmente, acredito que não. Precisamos começar a produzir filmes mais inteligentes, e que mostrem a beleza de ser brasileiro e viver nesse belo e livre país. Cidade de Deus foi um grande marco na história do cinema nacional, mas infelizmente deu início a uma série de “filmes favela”, que dão enfoque na violência e pobreza. Porque nos orgulhamos tanto de mostrar os pontos negativos do Brasil no exterior? Temos tanta beleza e cultura para transmitir, tanta sabedoria... Acredito que Chico Xavier abriu portas a novos estilos de filmes, mesmo que religiosos.


9 – Tropa de elite 2 vai ser melhor do que o primeiro?
É muito difícil prever se um filme será bom. Tropa de Elite 2 tem tudo para ser melhor que o primeiro: um orçamento maior, uma história com mais detalhes, mais atores de talento e um José Padilha mais seguro. E este é o problema: sequências pecam pelo excesso. Mesmo assim, apostamos nossa ficha no filme!



10 – O Blu Ray vai pegar?
O Blu-Ray já pegou. Mas, em minha visão, está chegando próximo ao seu auge. Não gostei do formato, pois achei desnecessário seu lançamento quando ainda estávamos nos habituando ao DVD. Vou explicar: tínhamos as clássicas fitas VHS, e nos forçaram a escolher trocá-las pelo DVD por sua melhor qualidade. Mal nos adaptamos ao DVD, e surgiu o Blu Ray, prometendo ainda mais qualidade. Em minha opinião, o formato não passa de caça-níqueis. Acredito que ambos os formatos estão com os dias contato, assim como, infelizmente, as video-locadoras. O futuro é o aluguel de filmes pela internet.

Fernando Meirelles e seu Cidade de Deus são referenciais na opinião de Ranato Marafon




Claquetadas:

Cannes ou Oscar:
Oscar. Glamour.
Pipoca doce ou salgada:
Salgada
Fernando Meirelles ou Walter Sales:
Fernando Meirelles
Cinema europeu ou latino americano:
Cinema Europeu
Jennifer Aniston ou Angelina Jolie:
Angelina Jolie. Diva.
Sylvester Stallone ou Arnold Schwarzenegger:
Arnold Schwarzenegger
Filme dublado ou legendado:
Legendado
Um filme de ação:
Matrix
Uma comédia:
Procurando Nemo
Um drama:
Forrest Gump - O Contador de Histórias ou A Casa de Areia e Névoa
Um terror:
O Massacre da Serra Elétrica
Um policial:
O Poderoso Chefão
Um suspense:
O Sexto Sentido
Melhor Filme do ano até o Momento:
A Origem
Um filme que você pensou que ia gostar e não gostou:
Homem-Aranha 3
Um filme que você pensou que não ia gostar e gostou:
(500) Dias com Ela
Um filme que você mudaria o final:
Romeu e Julieta
Um filme que mudaria o mundo caso o mundo pudesse
ser mudado:
O Dia Depois de Amanhã

8 comentários:

  1. Muito boa a entrevista e é bacana conhecer o Renato e como surgiu o ótimo Cinepop. Parabéns!

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  2. Caramba, ele começou cedo hein ? hehehehe
    Muito bacana saber mais sobre o "cinepop" e seu fundador é mesmo um ótimo site.
    Como sempre, ótima entrevista =)

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  3. Poxa, eu leio o Cinepop! Não sabia que o dono do site era tão novo assim! :) Muito boa a entrevista, parabéns!!!

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  4. Infelizmente, desta vez, não posso fazer coro aos comentários acima.

    Boa sorte da próxima vez, Reinaldo.
    ;)

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  5. Fernando: Obrigado Fernando. Essa é mesmo a ideia de Claquete entrevista. Grande abraço!

    Alan: Valeu Alan. Pois é, as vezes dá certo né?! abs

    Kamila: Valeu Ka. Pois é, ele tem brio empreendedor não é mesmo?! bjs

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  6. A discordância apenas embeleza e valoriza o debate Cássio. Assim como você há pontos em que não concordo com o entrevistado do mês (como orientação editorial não irei abrir quais pontos são esses) mas a entrevista serve para expor o ponto de vista dele, então, aí está.
    Grande abraço e continue por perto!(afinal, vc é dos melhores termômetros que se pode dispor) abs

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  7. Ficou muito redonda essa entrevista, Reinaldo. A conversa flui de uma forma super gostosa, curti muito ler.
    E só pra constar, acho generosa (para o leitor) e muito interessante essa sua iniciativa de "abordar" a concorrência, rsrsrs

    Beijos

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  8. Obrigado Aline. Sempre generosa e perceptiva nos comentários. Beijos

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