quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - Cenas de cinema especial: Gente

Um baiano cheio de borogodó

Já era de se esperar que Wagner Moura fosse um dos destaques de 2010 nos cinemas brasileiros. Mas o ator agitou a cena cultural brasileira com força. Das capas de revista ao centro do debate sobre o potencial politizante de Tropa de elite 2, Wagner Moura foi onipresente. Ainda garimpou o troféu de melhor ator por Vips (filme em que interpreta um falsário que se fez passar pelo dono da companhia GOL e que estréia em março do próximo ano) no último festival do Rio. É o baiano já arregaçando as mangas para 2011.



As declarações de Cameron

Depois de perder o Oscar e a pose para sua ex – mulher Kathryn Bigelow, James Cameron passou 2010 anunciando novos projetos, adiando novos projetos e promovendo Avatar (sim, ele relançou o épico azul nos cinemas, mas não deu tão certo). No meio tempo, Cameron demonstrou preocupação com a tecnologia que gosta de pensar ser o padrinho: o 3D. Para ele, os estúdios estão pondo tudo a perder com a febre de produções em terceira dimensão. Cameron perdeu de vez a elegância ao defenestrar particularmente o hypado Piranha 3D. Levou um chega para lá do produtor que lembrou Cameron de seu passado “negro”. Isso por que o segundo filme da série Piranha foi dirigido por um não tão egocêntrico James Cameron nos anos 80.


They can´t get enough!
Ele beira a unanimidade. Ou seria a unanimidade que o circunda? Fato é que Robert Downy Jr. dominou 2010. Presente em três sucessos incontestáveis de bilheteria (Sherlock Holmes, Homem de ferro 2 e Um parto de viagem), o ator foi uma constante nos multiplexes do planeta. O ano, que começou com Downey Jr. ganhando o Globo de ouro por Sherlock Holmes, termina com o público pedindo mais. Alguém falou em unanimidade?

Downey Jr. teve um ótimo 2010: Não à toa é só sorrisos... 

 

O deselegante
Jean Luc Godard, em seus 80 anos recém completos, nunca foi conhecido pelo cavalheirismo. Aliás, eram públicas e notórias suas desavenças com outro expoente do cinema francês, François Truffaut. Godard em 2010 notabilizou-se não pelo seu mais recente filme (Film socialism que obteve péssima críticas), mas por ter se recusado (e também por ter falado um bocado mal) o Oscar honorário que a Academia de cinema de Hollywood lhe oferecera. A homenagem acabou tomando conta do debate cultural e gerou mal estar para a academia que não poderia retirar o convite. Embora o parrudo Godard bem que merecesse.



O deselegante II
Muitos esperavam um filme cheio de polêmicas do retorno de Arnaldo Jabor ao cinema. As polêmicas não vieram com o filme, mas vieram por causa do filme. A suprema felicidade recebeu mais críticas negativas do que positivas. Com o orgulho ferido, o cineasta voltou-se contra aquele que mais lhe direcionara farpas gratuitas, o cineasta e articulista da revista Piauí, Eduardo Escorel. Jabor, em sua coluna semanal (publicada nos jornais O Globo e O estado de São Paulo) pôs-se a defender seu filme (e a atacar Escorel) valendo-se do argumento de que estava sendo vítima de patrulha pop. Não se afirma que não seja o caso. Aliás, Claquete dá razão a Jabor em sua argumentação. Mas foi, no mínimo, deselegante sua postura virulenta e arrogante de desautorizar críticas a seu trabalho. No final das contas é a isso que a memória se apega.


O verdadeiro super homem


Jon Hamm não ganhou a votação de homem mais sexy do ano pela People (mas foi quase, ficou em segundo!), também não encabeçou nenhum sucesso de bilheteria no ano, tão pouco ganhou prêmios. Mas o astro do seriado mais cool da atualidade (Mad men) esteve presente em um dos melhores filmes do ano (Atração perigosa, de Ben Affleck) e foi presença constante em campanhas publicitárias nos Estados Unidos. Ah! Faltou dizer que ele está cotado para ser o novo super homem no filme que Zack Snyder irá dirigir.

 
 
Professor Scorsese


Se você quer dar uma aula emérita sobre cinema, seu homem é Martin Scorsese. Todo mundo sabe disso; mas como a frase tem efeito, não custa repetir. Scorsese foi presença constante nos festivais de cinema em 2010. Apresentou Ilha do medo em premiere mundial no festival de Berlim e aproveitou para dar algumas palestras por lá. Em Cannes deu uma aula magna que acompanhou a exibição restaurada de O leopardo, de Luchino Visconti e em Veneza exibiu um documentário de sua própria autoria que é outra aula de cinema: Uma carta para Elia, sobre o cineasta grego Elia Kazan. Não precisa dizer que o filme Ilha do medo é outra aula de cinema né?! Mais um Oscar para ele, por favor!



Tudo Ben

Ben Affleck fez de 2010 um ano divisor de águas em sua carreira. A partir de agora será conhecido como ator e cineasta. Não é pouca coisa para quem era tido apenas como uma estampa bonitinha e desprovida de talento. Ao estrelar, dirigir, produzir e roteirizar Atração perigosa, Affleck mostrou que o amadurecimento na carreira que tantos perseguem já é uma realidade em sua vida. Outrora astro de filmes como Armageddon e Demolidor – o homem sem medo, se configurou em um diretor com o respeito da crítica como apontam os primeiros prêmios da temporada.


Casa e descasa

A coluna social de 2010 foi agitada. Os engajados e sempre unidos Tim Robims e Susan Sarandon se desquitaram, ou melhor se divorciaram em 2010. A fila continuou com Sam Mendes e Kate Winslet e, mais recentemente, Ryan Reynolds e Scarlet Jonhansson. Angelina Jolie e Brad Pitt, apesar dos rumores constantes, continuam juntos. Quem também oficializou a união em 2010 foram os pombinhos Javier Bardem e Penélope Cruz e Russel Brand e Katy Perry. Teve mais também, mas quem se importa certo?



Ano vem, ano vai...

Ela sempre é assunto. Deus no céu e Angelina na terra. Não é só ela que pensa assim não. Muita gente segue esse dogma midiático, ou então todos os passos de La Jolie não seriam seguidos com extrema atenção por parte da celebrity gossip (e outros veículos mais distintos também, é bom que se diga). Angelina Jolie teve um 2010 movimentado. Estrelou um dos maiores filmes de ação da temporada (Salt) e deu início a uma nova carreira como diretora (e teve seus passos acompanhados de perto por paparazzis, mas isso é novidade né?!). Entre novos (e velhos) rumores de separação de Brad Pitt, Jolie em 2010 inovou em um departamento: foi mais afável com o maridão em público.

Pitt e Jolie na premiere americana de O turista no início de dezembro: demonstrações públicas de carinho foram uma constante em 2010



Um, dois, três... Josh Brolin

Você pode ainda não saber quem é ele. Mas andou assistindo muito Josh Brolin nos últimos tempos. Desde Onde os fracos não tem vez (o marco zero da nova safra de filmes da carreira), o marido de Diane Lane não dá uma fora. Sem malícia, por favor! Em 2010, Brolin esteve a serviço dos hypados Oliver Stone (como um vilão charmoso na continuação de Wall street), Woody Allen (como um sujeito que quer tanto que não sabe o que quer em Você vai conhecer o homem do seus sonhos) e fechou colaborando novamente com os irmãos Coen (no oscarizável Bravura indômita).



Um marido por um Oscar

Embora não tenha lançado nenhum filme, 2010 foi um ano de muitas emoções para Sandra Bullock. A atriz que foi escolhida a melhor e a pior do ano anterior (Sandra venceu o Oscar por Um sonho possível e o Framboesa de ouro por Maluca paixão, configurando um recorde de difícil superação), descobriu que seu (ex) marido para quem fez juras de amor na cerimônia do Oscar a traía por uma capa de revista. Depois de um penoso processo de divórcio, Sandra abriu sua casa para a People fotografar o seu filho adotivo, Louis Bullock Bardo. E que venha 2011!



O ano de Leo

Leonardo DiCaprio pode até não ganhar nenhum prêmio nessa Oscar season (e a carruagem caminha nesta direção), mas não pode se queixar do excepcional 2010 que teve. Esteve a frente de um dos mais originais e elogiados blockbusters do ano (A origem) e conseguiu a maior bilheteria de sua parceria com Martin Scorsese com Ilha do medo. Mas DiCaprio não esteve somente na hora certa nos filmes certos, ele fez por onde. Dramaticamente no auge, o ator foi o fiador dos dois sucessos de bilheteria e de crítica. Coisa rara em 2010.


 
Ah, 2010...



O sessentão Jeff Bridges não pode reclamar do ano que se encerra. Bridges entrou 2010 recolhendo todos os prêmios possíveis e imagináveis por seu papel em Coração louco. Levou o Oscar de melhor ator para casa e a reverência quase ininterrupta dos colegas de profissão. E 2010 se vai com Bridges novamente se credenciado a disputa pelo Oscar (pelo filme Bravura indômita), tomando as telas em 3D em versão jovial e updated (no sci fi cult Tron – o legado) e sendo eleito o ícone masculino no ano pela revista americana GQ. Discorde se for capaz!



Um homem aranha de muito potencial

Andrew Garfield pode não ser aquele homem aranha que você está esperando, mas certamente reúne os predicados para te surpreender. A nova aposta da Sony para vestir a roupa do herói aracnídeo brilhou em 2010 em dois papéis dramáticos nos filmes Não me abandone jamais e A rede social. Pelo segundo tem fortes chances de chegar ao Oscar. Se vai usar suas teias para levá-lo para casa já é outra história.

Garfield faz sua pose Peter Parker: o sentido aranha detectou talento...


Fotos: divulgação, GQ e Entertainment Weekly

2 comentários: