sábado, 26 de novembro de 2011

Cantinho do DVD

O homem mais sexy do mundo versus De Niro. É uma forma de encarar o agradável e inteligente Sem limites, uma das boas surpresas de 2011 nos cinemas. O novo filme do diretor de O ilusionista, destaque da seção Cantinho do DVD desta semana, é um entretimento de primeira linha e tem em seu protagonista, eleito pela People o homem mais sexy de 2011, o seu grande trunfo. A crítica a seguir.      


Crítica
Fazer um filme sobre uso de drogas e não pender para o moralismo não só é uma estratégia arriscada, do ponto de vista mercadológico, como discutível, do ponto de vista social. Sem limites (Limitless, EUA 2011) evita essa bifurcação existencial com sagacidade ao se definir como um thriller e um filme de aventura antes de ser um filme sobre uma droga experimental de grandes potencialidades.
Isso não quer dizer que Neil Burger, que já havia realizado o interessantíssimo O ilusionista, não faça de seu filme um pequeno conto moral. Em Sem limites, Eddie Morra (um carismático Bradley Cooper) é um escritor fracassado e com forte tendência depressiva. Um belo dia ele cruza com o ex-cunhado que lhe oferta uma droga experimental que amplia a capacidade produtiva do cérebro ao limite. Morra, resistente a princípio, assume os riscos devido a sua total desolação. E vicia na pílula que lhe abre infinitas possibilidades. Além de escrever o livro em quatro dias, Morra ganha confiança, interesses culturais e passar a operar na bolsa como uma espécie de guru financeiro. “Uma melhor versão de si mesmo”, ele se define.
Mas como nem tudo são flores, a droga provoca certos efeitos colaterais que no médio prazo podem esgotar Morra. Não obstante, há outros interessados na substância que surgem no encalço do agora bem sucedido consultor financeiro. O roteiro de Leslie Dixon, baseado no romance de Alan Glynn, apresenta desdobramentos convincentes e que mantém o interesse do espectador em alta. Burger conduz bem sacados truques de edição tanto para reforçar esse interesse, como para ilustrar de maneira sensorial os efeitos da droga. Isso implica em outro acerto de Sem limites. O aspecto visual do filme seduz. Assim como seduz a participação de Robert De Niro como um magnata das finanças que se interessa pelo produtivo e surpreendente Morra. De Niro surge convicto em cena com bons diálogos e uma presença muito forte.
Sem delinear grandes julgamentos e com essa pegada de thriller, Sem limites se revela uma boa surpresa do cinema americano em 2011. O dilema moral do personagem é diluído pelo pathos que ele cruza nas duas horas de filme. É uma opção interessante da realização evitar o estigma de filmes sobre drogas. Mesmo assim conseguiu um efeito muito mais positivo do que se abordasse a questão pelas vias tradicionais. 

5 comentários:

  1. Concordo com vc, esse é um entretenimento de primeira linha mesmo e tem algumas cenas em que parece q o expectador esta na viagem do personagem...hehehe

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  2. Eu não tinha ainda ouvido falar desse filme, mas fiquei bastante interessado pelo que você disse aqui. Parece ser uma obra interessante, a qual conferirei em breve. Gosto dessas questões que abordam a indústria de narcóticos e alucinógenos e, ainda, o modo como acontecem as relações entre elas e os conumidores. Parece valer a pena.

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  3. Gostei bastante do filme. A história é muito interessante, e gostei da forma como foi tratada. O problema mesmo foi os "fios soltos" que o filme foi deixando pelo caminho (como aquele fato do assassinato),mas achei bacana... Cooper tá bem no papel do protgonista!

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  4. A edição é um dos pontos fortes do filme e passa exatamente a sensação de aceleração que o personagem de Bradley Cooper sente.

    O roteiro é inteligente ao ligar o poder da droga com a ambição do personagem principal.

    Abraço

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  5. Celo Silva: é isso aí meu velho!
    Abs

    Luís:É bem legal sim Luís, só não espere nada muito profundo. Não é o caso aqui...
    Abs

    Alan:Acho que o filme funciona bem Alan. Realmente há uma ou outra ponta solta, mas que não chega a comprometer.
    Abs

    Hugo: Grande Hugo. Sempre pontual e certeiro nos comentários!
    Aquele abraço!

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