sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Crítica - Imortais

Não é assim um 300...

Há  aproximadamente cinco anos, 300, um misto de épico histórico e filme de ação, inaugurava um novo filão hollywoodiano. O do action epic, tão volúvel quanto esse nome forçado talhado apenas para que se posa visualizar a ideia. Desde o novo remake de Fúria de titãs até à sátira Os espartalhões, é nítida a influência de 300. Imortais (Immortals, EUA 2011) é mais um desdobramento dessa febre de produções altamente estilizadas, transbordantes em testosterona, sem compromisso com as origens mitológicas e cheias de referencial homo-erótico.
A fita de Tarsem Singh, no entanto, é bem superior ao que antecipa o parágrafo inicial. O diretor demonstra senso de espetáculo e coreografa boas cenas de ação. Se ele não mesmeriza sua platéia como o colega Zack Snyder em 300, se sai melhor na construção do cenário político que serve de pano de fundo para a trama que move Imortais.
Segura o tchan: se preparando para a batalha...


Teseu (Henry Cavill) é um bastardo abençoado pelos deuses que se ergue contra o tirano Hyperion (Mickey Rourke) que deseja não só conquistar toda a Grécia como se levantar contra os deuses. Se há um desequilíbrio em Imortais é que Singh, por vezes, não parece decidido a fazer um filme de ação nos moldes de 300, o que é muito positivo para o filme, mas causa alguma frustração em um espectador atraído por essa possibilidade. As cenas de ação são esparsas e nunca prioritárias. Os efeitos especiais se não são de ponta, são suficientemente convincentes.
No final das contas, os dois trunfos de Imortais são mesmo seus dois protagonistas. Cavill demonstra carisma na pele de Teseu e passa em seu primeiro teste como principal nome no cartaz. Mas o próximo cartaz será o de Superman e, aí, a história é outra. Mickey Rourke mostra o que todo mundo já sabe. No cinema atual, ninguém é capaz de viver um vilão megalomaníaco e caricato, e ainda assim com alguma complexidade shakespeariana, como ele.

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